sábado, fevereiro 10, 2007

Programa o despertador para as 6h da manhã. Para chorar.
Na noite anterior teve de dormir. Um dia lindo para chorar. Guardou tudo para hoje,"não deixes para amanhã o que podes fazer hoje.", mas o calendário relembrava-a que há dias e dias. E este era o dia. E não o dia de ontem. "um ponto de acumulação". Uma manhã solarenga para se deixar estar com aquelas meias de lã e o casaco onde caberiam centenas de peluches gordos. Achou a metáfora parva, é da falta de calorias. Chorar gasta calorias. É isso: bolachas. Bolachas. Óscar - O Peluche. Cama. Janela. E lenço do Pai - nada de papel que é vulgar e magoa o nariz. Esse coitado. Arranhado, vermelho, pele seca. Monstruoso. Sente-se na Casa dos Espelhos. Está grande, defeituosa. A lógica parece, também, estar distorcida. E o lenço - esse mais que todos.
Chamam-na.
O quarto está de mau-humor. Lenço por cima da caixa das bolachas que estão dispersas pela mesa-de-cabeceira. E Óscar - O Peluche - desarrumado em cima da cama preguiçosa e de lençóis revoltos.
Sai. Fecha a porta.


Conselho:
Não a vejam como uma miúda virada para dramatismos, pelo contrário, considerem-na uma miúda prática. Tem hora para tudo.

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