A era de M terminou. O império da fantasia, da utopia, do amor platónico, de ilusões e crenças, da mentira, da imaginação, do que não existe. Da persistência esperançosa do que não existe. Do medo de sofrer. Do não viver e só sonhar (maldita esperança do futuro! e o presente?!). Do não sentir. Do não viver. O futuro acabou, é passado.
A era de A começou. Que presente este? Que me deste tu? A dar-me tudo, a tirar-me tudo. Que medo! Que coragem! Que bom! Que felicidade! Que tristeza.. Abri-me para sentir. O que nunca senti. O que nunca vivi. A partir daí tudo virá. O sentimento, a felicidade, a tristeza e a dor. Para o bem e para o mal. Mas a viver. A sentir! Recebi o presente. Perdi o futuro. É assustador. E ainda assim tão belo. E tão triste.
Vendi o futuro para poder ter o presente. Um presente envenenado?