Ontem foi o dia de pontos finais.

Um grande ponto final a tanto estudo e trabalho; à falta dele e consequente "consciência pesada"; à revolta perante as notas medíocres; ponto final às idas e vindas daquela escola e a ingressos e mais ingressos; aos livros indesejados e às calculadoras; às constantes e ao hidrogénio e ao átomo; aos sismos e gradientes geobáricos; às espirogiras e aos cromossomas homólogos e mais a sua ascensão. Tanto ponto final. Ontem foi um ponto final com um sorriso no rosto, e que sorriso. Ponto final do menos doloroso que há.

Agora por um mês e meio sou livre e estou livre. Posso me declarar, posso dormir, posso rir, posso ficar no cafézinho, ou simplesmente ficar a olhar. Este "poder" faz-me sorrir. Talvez... malicioso.

Conto os dias para te ver, faço projectos de sair e ver, cheirar, ouvir, sentir. Quero bronze. Quero um sorriso e uma satisfação estampados nesta cara de parva. Quero e te-los-ei. Aquela esplanada espera-nos. Porque ontem adorei. Guardo os bilhetes, aqueles concertos deixar-me-ão em extase. A vontade é muita, mas os medos também. Porque nunca foi assim e porque será difícil mudar. Os fantasmas perseguem. E se calhar mais uma vez vocês não percebem. Não queria que isto rimasse.